Nascido em 1902 - Itabira do Mato Dentro, Minas Gerais.
Morre em 1987 R.J.
Pertence à Segunda Geração do Modernismo no Brasil/ Futurismo em Portugal,
com Fernando Pessoa.
Forte criador de imagens, sua obra tematiza a vida e os acontecimentos do mundo
a partir dos problemas pessoais, em verso que focalizam
o indivíduo, a terra natal, a família e os amigos.
Embates sociais, o questionar da existência, a própria poesia.
Eis Drummond de Andrade:
Os ombros suportam o mundo
Tempo de absoluta depuração
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem, à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro de edificios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.
Carlos Drummond de Andrade
Nota:
Maria Julieta Drummond de Andrade, fillha única de Carlos Drummond de Andrade
e considerada sua eterna musa e grande paixão.
A cumplicidade entre os dois existia no mais simples olhar e também na vocação.
Julieta jamais conseguiu destaque, sufocada pelo sobrenome famoso que carregava.
Carlos Drummont de Andrade veio a falecer a 17 de Agosto de 1987, doze dias
após a morte da filha, causada por um cancro ósseo.
Breve análise de:
Maria Luísa Adães
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